(a esfera da consciência humana)
É um corredor sensorizado que emite poesias lidas em 10 diferentes idiomas, reagindo à passagem do público frequentador.Os idiomas são obrigatoriamente, aqueles distantes do “mainstream” da cultura internacional contemporânea chinês/mandarim, português, quéchua, hebraico, árabe, polonês, indiano (hindi), espanhol, russo.
Num espaço em formato de corredor (natural ou construído) são instalados 10 sensores do tipo PIR (Passive Infra Red) – cada um dos sensores dispara além dos sons as poesias em monitores tipo “vintage“. Assim, também cada poesia receberá um tratamento gráfico na língua original e uma tradução em português.
A cada ciclo os idiomas migram de um aparelho para outro, assim o corredor nunca é o mesmo durante a passagem em momentos diferentes.O público ao mover se pelo espaço, disparará diversos destes poemas-pílulas tal uma babel noosférica.
Poesias
Cisza morska – Adam Mickiewicz
Na wysokosci Tarkankut
Juz wstazke pawilonu wiatr zaledwie musnie,
Cichymi gra piersiami rozjasniona woda;
Jak marzaca o szczesciu narzeczona mloda
Zbudzi sie, aby westchnac, i wnet znowu usnie.
Zagle, na ksztalt choragwi gdy wojne skonczono,
Drzemia na masztach nagich; okret lekkim ruchem
Kolysa sie, jak gdyby przykuty lancuchem;
Majtek wytchnal, podrózne rozsmialo sie grono.
O morze! posród twoich wesolych zyjatek
Jest polip, co spi na dnie, gdy sie niebo chmurzy,
A na cisze dlugimi wywija ramiony.
O mysli! w twojej glebi jest hydra pamiatek,
Co spi wposród zlych losów i namietnej burzy;
A gdy serce spokojne, zatapia w nim szpony.
A Calma do Mar
(das montanhas de Tarkankut)
A bandeira no pavilhão mal se move,
A água estremece levemente ao sol;
Como alguma jovem donzela prometida sonhando
Meio acordada, da alegria que poderia ter sido dela,
Os marinheiros sobre os mastros simples cilindros,
Hasteados como bandeiras em tempo de guerra
O navio preso, acorrentado nas águas halicon,
Com marinheiros dolentes, sorridentes passageiros.
Oh mar, entre suas felizes criaturas, no fundo
Abaixo, um pólipo sonha através da tempestade,
Seus longos braços retesados, dardos envenenados.
Oh pensamento, a hidra, memória, adormecer
Até o fim dos maus dias, e a paz tomará forma
A pungir sua garra em teu coração calmo.
Tradução livre : Wilson Sukorski

Chuva à noite
Norte do Templo da Montanha Solitária
A oeste do Pavilhão Chia
A superfície da água está curvada
Pelo pé molhado de nuvens.
As primeiras aves lançadas se agitam
Barulhentas por entre as árvores quentes;
Ao redor da casa de alguém novos goles,
Bicadas lama para seus ninhos.
A flor selvagem logo vai florescer
O bastante para encher os olhos de qualquer um.
Mas agora a grama rala
Quase submerge sobre as patas do cavalo.
Eu amo mais o lago leste –
Nunca venho por esta estrada o bastante;
Na sombra do verde salgueiro
Deitado no Aterro de Areia Branca.
English Version
Noosphere
(the sphere of human consciousness)
It is a sensorized corridor that emits poetry read in 10 different languages, reacting to the passage of the public. The languages are necessarily those distant from the mainstream of contemporary international culture : Chinese / Mandarin, Portuguese, Quechua, Hebrew, Arabic, Polish, Indian (Hindi), Spanish, Russian.
In a corridor-shaped space (natural or built), 10 PIR (Passive Infra Red) sensors are installed – each of the sensors triggers, in addition to sounds, poetry on “vintage” monitors. Thus, each poetry will also receive a graphic treatment in the original language and a translation into Portuguese.
At each cycle the languages migrate from one device to another, so the corridor is never the same during the passage at different times. The public, moving through space, will fire several of these pill poems such a noospheric babel.